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Sobre bancos: alíquotas chegam em 12,5% até 2033

Fachada de banco moderno com gráficos financeiros no fundo representando mudanças fiscais no setor financeiro. bancos.

Sobre os bancos: Entenda as novas alíquotas do IBS e CBS para o setor financeiro

O Projeto de Lei Complementar nº 108/2024 trouxe definições importantes para o setor financeiro brasileiro, especialmente no que diz respeito às alíquotas do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Essa legislação faz parte da reforma tributária que busca simplificar e tornar mais transparente o sistema fiscal nacional. Neste artigo, vamos analisar o impacto direto dessas novas alíquotas sobre bancos, corretoras, seguradoras e outros serviços financeiros.

Como eram tributados os serviços financeiros antes do PLP 108/2024

Antes da reforma, o setor financeiro era tributado principalmente pelo PIS/Cofins e pelo ISS (Imposto Sobre Serviços), com regras específicas que muitas vezes dificultavam a interpretação e geravam disputas judiciais.

  • PIS/Cofins: Normalmente com alíquotas de 4,65% sobre a receita financeira, mas com regimes cumulativos em algumas situações.
  • ISS: Com alíquotas que variavam entre 2% e 5%, dependendo do município.
  • Ausência de crédito tributário em muitos casos, o que onerava ainda mais o setor, inclusive os bancos.

Com o novo modelo, IBS e CBS substituem PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS, criando uma estrutura mais unificada e digitalizada para todos, inclusive bancos.

Reforma tributária define alíquotas para setor financeiro até 2033 iniciando em 10,85% em 2027, clique para saber mais.

As alíquotas do IBS e CBS para o setor financeiro: cronograma até 2033

Conforme o PLP 108/2024, as alíquotas totais para o setor financeiro (IBS + CBS) serão aplicadas de forma escalonada:

AnoAlíquota Total (IBS + CBS)
202710,85%
202810,85%
202911,00%
203011,15%
203111,30%
203211,50%
203312,50%

Além disso, existe um redutor transitório para locais que ainda cobram ISS, que diminui progressivamente até 2032. Esse redutor também afeta diretamente as instituições financeiras como os bancos.

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Impacto nas instituições financeiras: bancos

pexels-divinetechygirl-1181292-684x1024 Sobre bancos: alíquotas chegam em 12,5% até 2033
Profissional da contabilidade engajada em estratégias digitais de captação

Aumento na carga tributária efetiva

Os bancos devem sentir um aumento real na carga tributária com o novo sistema, principalmente porque:

  • A nova base de cálculo é mais ampla e inclui diversas receitas atualmente não tributadas ou tributadas de forma diferenciada.
  • A alíquota de 12,5% em 2033 será superior à carga efetiva atual em muitos casos, especialmente para bancos.

Exemplos práticos

Um banco que atualmente paga cerca de 9% sobre sua receita total pode ver essa carga subir para mais de 12%. Isso impacta diretamente os custos operacionais dos bancos, podendo afetar taxas bancárias e o spread das operações de crédito. Além disso, bancos menores com menor margem operacional podem sofrer mais com a mudança.

Impacto nas corretoras de valores e investimentos

ChatGPT-Image-15-de-set.-de-2025-15_11_08-1024x683 Sobre bancos: alíquotas chegam em 12,5% até 2033
Fachada de banco simbolizando o impacto da reforma tributária no setor financeiro brasileiro

Tributando serviços antes isentos

Atualmente, muitas corretoras têm isenção ou tratamento especial em relação ao ISS para certas atividades, como custódia e intermediação de ativos. Com o novo modelo, todas essas atividades entram na base de cálculo do IBS e CBS, assim como ocorre com bancos.

Redução na margem de lucro

Empresas de intermediação financeira, que trabalham com margens reduzidas, verão suas margens comprimidas com o aumento da carga. É possível que repassem parte desses custos ao consumidor final, tal como os bancos deverão fazer para manter sua rentabilidade.

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Impacto nas seguradoras

Tributação sobre prêmios e receitas operacionais

As seguradoras terão tributação mais ampla sobre os prêmios recebidos, além das receitas financeiras e operacionais. Como os contratos de seguro costumam ser plurianuais, as empresas deverão reavaliar toda a precificação de produtos, assim como os bancos estão reavaliando suas operações.

Exemplos práticos

Uma seguradora de automóveis que hoje paga 6% sobre seus prêmios, passará a pagar progressivamente até 12,5%, duplicando sua carga tributária se não houver ajustes contratuais. Bancos com operações em seguros também serão impactados.

Como o mercado está reagindo à mudança

O setor financeiro, através de entidades como a Febraban e ANBIMA, já demonstrou preocupação com o aumento da carga tributária e a possibilidade de repasse ao consumidor. Os bancos, em especial, estão estudando formas de adaptar seus produtos e serviços à nova realidade fiscal.

O que esperar até 2033

A tendência é que as instituições financeiras:

  • Reestruturem seus produtos para otimizar tributação
  • Reavaliem contratos de longo prazo
  • Modernizem sistemas fiscais e contábeis para lidar com a nova legislação
  • Adotem estratégias de compliance tributário mais rígidas, especialmente os bancos que têm maior volume de transações

Considerações finais

A definição das alíquotas do IBS e CBS para o setor financeiro é um passo importante na implementação da reforma tributária. Bancos, corretoras e seguradoras precisarão se adaptar rapidamente para manterem sua competitividade e conformidade fiscal. O aumento na carga tributária é significativo e, por isso, deve ser analisado com estratégia e visão de longo prazo. Para os bancos, a atenção deve ser redobrada, pois representam um dos pilares do sistema financeiro nacional.

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