Nos últimos dias, a Receita Federal anunciou que irá intensificar a fiscalização sobre os contribuintes com movimentações financeiras consideradas suspeitas. Entre os principais focos para 2025 estão as operações com criptomoedas, transferências via Pix em valores elevados e declarações mal preenchidas do carnê-leão. Isso significa que quem não estiver com as informações em dia pode acabar sendo pego pela malha fina.
Veja a seguir os principais pontos de atenção e como evitar problemas com o Fisco:
Receita Federal amplia o cerco: entenda o que mudou
A malha fina sempre existiu, mas agora a Receita está utilizando tecnologias mais avançadas de cruzamento de dados em tempo real. Informações bancárias, Pix, corretoras de criptoativos e até recibos de aluguel são analisados automaticamente. Se houver qualquer divergência entre o que você declara e o que foi informado por terceiros, o sistema acende o alerta.
O perigo silencioso das movimentações via Pix
O Pix se tornou a forma mais comum de pagamento no Brasil. Mas muita gente ainda acredita, erroneamente, que o Pix “não deixa rastro”. Na prática, grandes movimentações via Pix podem indicar ganhos que não foram declarados. Isso é especialmente arriscado para quem recebe por fora ou presta serviços sem nota fiscal.
Criptomoedas no alvo da Receita
Quem investe ou faz qualquer tipo de transação com Bitcoin, Ethereum, ou outras moedas digitais precisa ficar atento. As corretoras já são obrigadas a enviar relatórios mensais à Receita Federal. Mesmo que o investidor não tenha tido lucro, a simples venda, permuta ou transferência entre carteiras pode gerar a obrigatoriedade de informar e, em alguns casos, pagar imposto.
Carnê-leão: o que é e por que ele pega tantos de surpresa
O carnê-leão é a forma usada para recolher imposto sobre rendimentos que não passam por retenção na fonte, como aluguel ou serviços prestados por profissionais liberais (médicos, dentistas, advogados, contadores etc). Muitos contribuintes só percebem que deviam ter declarado quando já estão na malha fina.
Multas e consequências: o que acontece se você for pego
Cair na malha fina não é uma condenação automática, mas exige que o contribuinte apresente documentos, comprovantes e explicações. Se houver imposto devido e não pago, podem incidir multa de até 75%, além de juros. A situação também trava a restituição, se houver, e pode gerar dor de cabeça com o CPF bloqueado para crédito.
Como evitar problemas com a malha fina
- Declare corretamente todos os rendimentos, inclusive os recebidos por Pix.
- Mantenha seu livro-caixa em dia, especialmente se você é profissional autônomo.
- Informe corretamente todas as operações com criptomoedas.
- Use o programa Carnê-Leão Web todos os meses.
- Não deixe para reunir documentos apenas na época do imposto de renda.
Dica da contadora:
Use o informe de rendimento fornecido pela corretora de criptoativos, guarde os extratos bancários do ano inteiro e mantenha o controle mensal das receitas e despesas. Quanto mais organização você tiver, menor o risco de cair na malha fina.
