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A História de João – Como a Falta de Declaração de Criptomoedas o Levou à Malha Fina

João era um investidor entusiasmado. Em 2021, comprou seus primeiros R$ 10 mil em criptomoedas. Começou com Bitcoin, depois comprou Ethereum e Solana. Durante o tempo, viu seu patrimônio crescer, diversificou, comprou tokens promissores como AVAX, ADA, e até apostou em algumas moedas menores como o Mantra (OM) e a Shiba Inu.

Com o tempo, João acumulou cerca de R$ 120 mil em criptoativos.

Mas ele cometeu um erro: nunca declarou nada no Imposto de Renda.

A Notificação

Em março de 2025, João recebeu uma notificação da Receita Federal. A suspeita: omissão de patrimônio e ganho de capital não declarado.

Como? Ele usava uma exchange brasileira. E desde 2019, todas são obrigadas a informar à Receita as movimentações mensais acima de R$ 30 mil. A partir desse cruzamento, a Receita comparou os dados enviados pela corretora com a declaração de João… que estava em branco.

Resultado: caiu na malha fina. Teve que corrigir a declaração dos últimos 3 anos, pagar multa, juros e ainda ficou com o CPF pendente de regularização.

Onde João Errou?

  • Achou que só precisava declarar se vendesse: errado. Mesmo que não haja lucro, a posse de cripto acima de R$ 5 mil deve ser informada na ficha “Bens e Direitos”;
  • Ignorou o ganho de capital: ele vendeu parte de suas criptos em 2023, acima de R$ 35 mil no mês, e não recolheu os 15% de imposto via GCAP;
  • Não registrou suas movimentações: faltou controle. João não sabia exatamente quanto lucrou ou perdeu, o que dificultou até para corrigir os erros depois.

Como Evitar a Malha Fina

Se você investe em criptomoedas — mesmo que por hobby — precisa declarar. A Receita hoje tem acesso direto a:

  • Exchanges brasileiras;
  • Movimentações com cartão internacional;
  • Transferências entre contas digitais;
  • E até operações com corretoras estrangeiras via monitoramento cruzado.

E se você usa carteira fria (wallet offline), saiba: isso não isenta da obrigação de declarar. A responsabilidade é sua, e quanto mais transparente, melhor.

Empresas também estão na mira

Negócios que recebem pagamentos em cripto, mantêm reserva em moedas digitais ou utilizam criptoativos como investimento também precisam fazer o registro contábil adequado. Isso inclui:

  • Mensuração ao valor justo;
  • Classificação patrimonial correta;
  • Escrituração detalhada;
  • Apontamento na ECF.

Erros ou omissões podem gerar autuações pesadas.

Dica da Contadora:

“Criptomoeda não é invisível para a Receita. Mesmo que você guarde em wallet própria, declare corretamente para evitar dores de cabeça. E se tiver empresa, conte com uma contabilidade especializada para não errar nos lançamentos.”

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